Não Brigue com o Inglês
Muitos estudantes de inglês encontram sérias dificuldades de evoluir no aprendizado pelo simples fato de fazerem uma verdadeira “briga” com o idioma. Está achando isso estranho!? Então, deixe-me explicar melhor e assim ajudar você a não brigar tanto, caso esse seja seu caso.
Muitos acham que as frases tem que ser traduzidas ao pé da letra, e, ao fazerem isso, deparam-se com frases que não fazem nenhum sentido. Portanto, é preciso aceitar o idioma como ele é e não ficar questionando os porquês. Aceitar como é ajuda você a evoluir naturalmente. Vamos a um exemplo.
Na língua portuguesa o adjetivo pode vir antes do substantivo ou depois, praticamente tanto faz. Já no Inglês, o adjetivo vem sempre antes do substantivo. Portanto, “bom garoto” ou “garoto bom” em inglês será sempre “good boy”, e não “boy good”. “Casa grande” ou “grande casa” será “big house”. É preciso aprender naturalmente e sem muitas perguntas que em inglês será diferente do português.
Outro exemplo interessante é o dos verbos que em Português podem ser usados sem sujeito, como é o caso de “chover”. Em nossa língua dizemos “choveu a noite toda”; no entanto, em inglês, sempre terá de haver um sujeito. Portanto, eles dirão “it rained all night long” e não “rained all night long”.
Como você pode ver precisamos aceitar o idioma inglês como ele é. Não precisamos questionar tudo e entender os porquês de tudo. Afinal, o inglês não é como o português. Há diferenças e precisamos assimilá-las sem batermos a cabeça para entender os porquês.
Um outro exemplo que aprendi nos meus estudos é a expressão “I was told”, que em português traduzimos por “me foi falado” ou “ me falaram”. Se traduzirmos ao pé da letra, a expressão ficará sem sentido (eu fui falado). Logo, temos de aprender que em inglês será sempre falado ou escrito daquele único jeito. Por que é assim?
Eu não sei! Ninguém sabe! Não existe uma explicação lógica para isso! Temos que entender que a estrutura dos dois idiomas são diferentes, precisam ser aceitas normalmente e bola pra frente! Go ahead! (Siga em frente!) Avance no idioma! Os exemplos que eu dei são só alguns casos, existem vários outros casos de diferenças que têm de ser simplesmente aceitas para que possamos aprender a língua!
Evite cair na tentação de traduzir uma frase ao pé da letra. Também evite tentar traduzi-la antes de lê-la toda. Por exemplo, “Who do you work for?” é “Para quem você trabalha?”, e não “Quem você trabalha para”? [Nota do Denilso: Ao ler a sentença toda você pode assimilar a ideia central expressa por ela e evitar as traduções canhestras feitas palavra por palavra.]
Outra coisa que temos que aceitar é a pronúncia dos sons. Entenda que não há regras para a pronúncia! O “i” pode ter o som /ɪ/ em algumas palavras (sick, sit, fit, nick, slip) e terá o som /aɪ/ em outras (night, fight, light, ice, nice, like). Da mesma forma o “o” muitas vezes tem o som /əʊ/ (go, note, quote) e também o som de /ʌ/ (son, ton, love, glove). Infelizmente, não há regras para aprendermos isso. Temos que saber como cada palavra é pronunciada e pronto! Há pessoas que ficam se debatendo com os porquês disso e daquilo. Muitos até deixam de aprender inglês por considerarem isso complicado demais.
A minha dica é essa: devemos ceitar essas coisas como elas são. Só assim desenvolveremos nossas habilidades no idioma. Assim como na vida, o aprender inglês requer muita flexibilidade. Assim estaremos preparados para contornar as pedras (dificuldades) que encontrarmos pelo caminho. Saberemos removê-las sem termos de travar grandes brigas com elas. Aceitação e flexibilidade são duas coisas imprescindíveis (assim como várias outras) para quem quer aprender o Inglês!
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Dica enviada pelo leitor João Batista A. Natal, 58, de São Paulo. Ele é formado em Administração de Empresas pela PUC-SP. Já estudou inglês em algumas escolas de idiomas, mas hoje estuda por conta própria.
Legal o post Denilso, só uma observaçao.. na parte, "Eu não sei! Ninguém sabe! Não existe uma explicação lógica para isso!".Você pode não saber, mas tem muita gente que sabe e existe uma explicação lógica pra isso. Claro que pra explicar pros alunos vc teria que entrar na questão da formação da Lingua Inglesa moderna e isso tomaria algumas aulas se o professor quisesse destrinchar razoavelmente.Quando meus alunos perguntam, eu digo apenas que têm a ver com a forma como as linguas foram se desenvolvendo e das influencias tanto internas quanto externas que sofreram.Dizer que não existe explicação lógica pra isso soa quase mítico.
Bom texto. Só tenho uma dúvida. Quanto a frase usada no exemplo (Para quem vc trabalha?), o correto não seria "Who do you work for"? É errado o uso, como, por exemplo, na resposta "I work to you/him/her." O certo seria "I work for you/him/her.", não é? Desconheço este uso.. Também é aceito?Agradeço pela atenção
Denilso… Não seria "Who do you work FOR?"
Great tip! Well done! ^^
Very good!
Concordo Flor de Liz!Pode realmente soar quase mítico. Mas o interessante é ver vários especialistas da área de ensino da língua inglesa, linguistas e autores renomados repassando esse miticismo para milhares de professores ao redor do mundo. Os profissionais sabem sim que há uma explicação (veja que o texto acima não é de minha autoria, mas sim de um leitor – veja a indicação no final do texto). O fato discutido pela maioria dos especialistas (praticamente todos os especialistas) é aquele de que em uma aula na qual os alunos pretendem aprender inglês para fins comunicativos não há a necessidade de se falar da formação linguística da língua inglesa para explicar os usos e diferenças de TO, FOR, ON, IN, AT, etc. Um bom professor pode muito bem ajudar seus alunos e alunas a aprenderem a língua sem mencionar certas informações que podem mais confundi-los do que ajudá-los.Quando eu ainda dava aulas, uma coisa que fazia muito quando um aluno me perguntava esse tipo de coisas era perguntar a ele a diferença entre "sonhar com" e "sonhar em". Pedia também para que eles se imaginassem explicando os porquês disso a um estrangeiro que eventualmente estivesse aprendendo português. Curiosamente, os alunos explicavam o significado e o uso das combinações de modo contextualizado; já uma explicação histórico-filológica para o porquê das diferentes preposições ninguém dava. Creio que isso seja uma forma diferente de abordar o ensino de línguas que muita gente recrimina por não procurar aprender mais a respeito.Att.,Denilso de Lima
João,Obrigado pela observação! Confesso que ao ler o texto eu não percebi esse errinho! Já fiz a correção aqui e informei ao autor do texto a respeito para que ele não faça mais a confusão.Att.,Denilso