Aprender Inglês Dormindo :: É mesmo possível?
Aprender Inglês Dormindo! Você já viu anúncios na internet oferecendo essa promessa?
Nesses tempo em que sempre tem alguém vendendo a ideia de seja fluente em inglês em pouco tempo, uma turma resolveu ir além na promessa do aprender rápido e sem esforço.
Além do inglês, tem também alemão, espanhol, russo, francês, italianos outras tanto idiomas sendo oferecidos nesse “método” um tanto quanto curioso.
Então, vamos falar sobre como aprender inglês dormindo. Mas, calma aí! Será mesmo possível aprender inglês dormindo?
Vamos por partes!
Aprender Dormindo :: de onde saiu essa ideia?
Em 1927, o inventor e empresário Alois Benjamin Saliger inventou um negócio chamado Psycho-Phone.
O senhor Saliger escrevia o seguinte sobre seu invento e descoberta:
Já é provado que o sono natural é idêntico ao sono hipnótico e que durante o sono natural a mente insconsciente está mais receptiva a sugestões.
A ideia era que ao dormir a pessoa deixasse essa geringonça aí tocando sentenças (sugestões) que a ajudariam a aprender o que ela quisesse. Simples assim! abaixo está um texto (em inglês) com as promessa do Psycho-Phone.
Naquela época a promessa era revolucionária. Quem é que não quer aprender qualquer coisa dormindo? Sem esforço! Sem ter dor de cabeças com tarefas, provas, aulas, etc!
Sendo o bom vendedor que era, entre 1927 e 1933, o Salinger vendeu mais de 2500 Psycho-Phone. Ele ganhou uma bela grana durante a Grande Depressão.
Em 1956, uma dupla de pesquisadores resolveu colocar essa ideia à prova. Fazendo uso da eletroencefalografia, Charles W. Simon e William H. Emmons concluíram que essa coisa de aprender dormindo era “inviável e provavelmente impossível“. A partir desses estudos, o pessoal começou a abandonar a ideia do aprender inglês dormindo.
Vale dizer que muitas pessoas que compraram o Psycho-Phone relataram que não aprendiam quase nada.
Aprender Inglês Dormindo :: como isso começou?
Na década de 1960, o búlgaro Georgi Lozanov se dedicou a pesquisar a ideia de sugestões (suggestions) no aprendizado. É algo um tanto quanto parecido com hipnose e meditação. Envolve técnicas de respiração, visualização, biofeedback e outras coisas mais.
Foi por meio desses estudos que Lozanov criou um método de ensino chamado de suggestopedia. Esse método envolve uma série de passos e, claro, para ser ainda mais relaxante, os professores tocam músicas calmas para que os alunos aprendam o que está sendo ensinado.
Embora, seja o pai do aprendizado acelerado (rápido), Lozanov nunca disse nada sobre aprender dormindo.
Mas, como sempre acontece, alguém pegou a ideia dele, juntou com a do Salinger e começou a vender a ideia de que aprender inglês dormindo era possível.
Pronto! No fim da década de 1970 e começo da década de 1980, muita gente começou a comprar seu material (discos) para aprender inglês dormindo.
Uma maravilha!
Como funciona essa ideia?
Não é nada muito difícil. Afinal, se é para aprender inglês dormindo, a ideia deve ser fácil e sem complicações.
Tudo o que os defensores dessa ideia dizem que você deve fazer é pegar um áudio que tenha 8 horas de duração (você pode dormir apenas 5 horas por noite, mas tudo bem) e deixar tocando ao lado da cama enquanto você recupera suas energias.
Esse áudio de 8 horas de conter frases/sentenças em inglês. Coisas como: “what’s your name?“, “how old are you?“, “This is the most incredible thing I’ve ever seen“, “Are you sure about this?“, “She is beautiful”, etc. Essas frases podem ser organizadas por contexto: “Thank you!“, “Thank you very much!“, “Thanks a lot“, “Thanks a bunch” e outros diferentes modos de dizer obrigado em inglês.
A lenda diz que ao entrar no estágio do sono profundo, seu cérebro (subconsciente) meio que entrará em conexão com o áudio no mundo exterior e isso fará com que a memorização das sentenças ditas seja mais eficiente.
Enfim, esse é um resumo da teoria do aprender inglês lexicalmente. Mas, não tem muito o que dizer.
Embora seja uma ideia estranha, há estudos que dizem ser possível aprender inglês dormindo. Para comprovar isso os cientistas fazem testes. No entanto, não a comprovação de retenção e desenvolvimento da fluência ao longo prazo. Isso por que é necessário praticar a língua de modo ativo e dormindo essa prática não vai acontecer. Ou seja, você continuará sonhando em aprender inglês um dia.
Outro ponto contra é que os próprios cientistas dizem que “não é saudável ouvir várias palavras durante a noite, esperando que sejam armazenadas na memória. O barulho constante é antes uma fonte de perturbação para o sono adequado, podendo ter efeitos indesejados“. (Fonte: Revista Encontro BH)
E agora!? O que fazer!?
Se você ainda não entendeu o recado, vou resumir aqui para você.
Estude acordado mesmo! Não tem jeito! Você precisa se dedicar, se envolver, se organizar, praticar e tudo aquilo que eu sempre falei, falo e falarei aqui no Inglês na Ponta da Língua.
E se você está duvidando do que eu estou dizendo, veja o que o presidente da Associação Alemã de Pesquisa e Medicina do Sono, Peter Young, disse sobre isso (Fonte: UOL Notícias):
Há um bom tempo é sabido que aquilo que se aprende em estado consciente é consolidado no sono, lembra Young: ‘Quem toca flauta à noite em geral consegue tocar a peça melhor pela manhã, pois o efeito de aprendizagem se consolida com o bom sono.’
Ou seja, você tem de estudar inglês acordado mesmo. Ler, ouvir, escrever, falar, repetir, fazer tarefas, etc. Aí quando você dorme, o cérebro vai fazer uma limpeza durante o sono e aquilo que for significativo vai continuar na memória.
Mas, não simples assim!
No dia seguinte, voce deve continuar estudando, entrando em contato com a língua, usando o que está aprendendo, seguindo em frente. Dessa forma, o cérebro vai entendendo que o que anda estudando é relevante e a memória de longo tempo vai sendo formado.
Não é por milagre. O segredo aqui é a mecânica do cérebro e a sua força de vontade para realmente aprender inglês acordado.
Para ajudar, leia o artigo 80 Dicas Para Aprender Inglês, nele você encontrará um monte de coisas que poderá fazer para aprender inglês mesmo estudando sozinho.
Para encerrar uma mensagem final.