O que é inglês britânico?
Você já parou para pensar o que é inglês britânico? Quando alguém diz que prefere o inglês britânico o que exatamente essa pessoa quer dizer com isso? Como definimos o inglês britânico? Afinal, o que é inglês britânico?
Continue lendo para desaprender o que você talvez acha que sabe sobre inglês britânico.
O Mito do Inglês Britânico
Quando alguém fala “inglês britânico” a ideia que vem à cabeça na grande maioria das pessoas é que se trata do inglês falado na Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do norte. Outros também listam Austrália, Canadá, África do Sul, Índia e outros países que, no passado, foram colonizados pela coroa britânica.
Fazer essa relação é um grande erro. Afinal, o inglês britânico não pertence a esses países. Na verdade, no círculo científico, a gente diz que o inglês britânico nem existe. Ou seja, inglês britânico é algo que colocaram na cabeça das pessoas! Logo, não pode ser relacionado a um país ou outro.
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Inglês Britânico e Received Pronuncation
É comum as pessoas associarem o inglês britânico à variante conhecida como Received Pronunciation (RP). Infelizmente, essa relação sinônima não deve ser tida como uma verdade absoluta; pois, RP é apenas uma das inúmeras variantes do que chamamos de inglês britânico.
O termo Received Pronunciation foi usado pela primeira vez como sinônimo de inglês britânico padrão em 1926 na segunda edição do English Pronouncing Dictionary, compilado pelo foneticista londrino Daniel Jones. Na primeira edição, em 1917, ele havia usado o termo Public School Pronunciation. Já na segunda, achou melhor mudar.
A RP era o inglês usado no sistema educacional de todo o Reino Unido. Vale dizer que o termo “received” aqui significa “aprovado”, “aceito”. Essa era então a variante usada formalmente nos órgãos públicos, nas relações comerciais, nos documentos oficiais etc. Era o inglês correto, bonito, bem falado, puro, aprovado, aceito como padrão.
Se essa era a variante ensinada no sistema educacional britânico, o mundo de ensino de língua inglesa também a usaria. Os materiais de ensino eram produzidos no Reino Unido e os professores nativos eram os melhores para ensinar a língua pelo mundo. Foi assim que o RP ganhou força e fama. Essa variante era a cara do inglês britânico formal. Logo, era o inglês a ser ensinado a todo mundo no mundo todo.
Foi assim que a Received Pronunciation ficou conhecida como sinônimo de “inglês britânico”. Foi assim também que o inglês britânico ganhou fama de ser mais bonito, mais puro, mais limpo, mas perfeito, mais correto, mais sem gírias e vícios que o inglês americano e outras variantes.
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Received Pronunciation: críticas
Atualmente, os linguistas e foneticistas dizem que a Received Pronunciation é coisa do passado. Não totalmente do passado; mas, uma variante do inglês que não mais satisfaz os anseios de um modelo padrão da língua inglesa.
Por quê?
Para boa parte dos falantes de inglês, a Received Pronuncation é considerada um tipo de inglês usado apenas por gente metida a besta, gente de nariz empinado, gente cheia de frescuras. Dá até para dizer que rola um certo preconceito com quem usa a Received Pronunciation o tempo todo.
Um bom número de linguista concorda com essa avaliação popular da Received Pronunciation. Alguns dizem que essa variante é característica dos indivíduos de classe alta do século vinte. Portanto, não é mais tão bem aceita nos dias de hoje.
Outros linguistas atualmente chamam essa variante de BBC Pronunciation. Pois, é a variante usada pelos apresentadores da maior emissora de rádio e televisão do Reino Unido: a BBC (British Broadcasting Company).
Tem ainda alguns que preferem usar o nome Oxford English. Devido ao fato de ser o inglês característico do pessoal que passa pela Oxford University. Já outros preferem chamar apenas de General English ou Standard British English. Tem também o termo Non-Regional Pronunciation para dizer que se trata de uma variante sem marcações típicas de uma região ou outra.
Enfim, o fato é que o termo Received Pronunciation tem conquistado novos rumos dentro da linguística e consequentemente do mundo de ensino de língua inglesa. Hoje em dia, os livros mantêm um padrão; mas, já são bem mais abertos para as diferenças regionais e até as mencionam em suas páginas.
Outros Tipos de Inglês Britânico
Acima enfatizamos a Received Pronunciation por ser a variante que muitos consideram ser o inglês britânico propriamente dito. Vale repetir que essa coisa de inglês britânico único, verdadeiro e absoluto não existe da forma como gostaríamos que existisse. Afinal, há dentro do Reino Unido muitas outras variantes.
Quando falamos de “inglês britânico” temos de entender que o Reino Unido é formado por quatro países: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Cada um desses países possui vários sotaques (variantes) da língua inglesa.
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Na Inglaterra as variantes podem mudar de uma cidade para outra. Às vezes, até mesmo dentro de uma única cidade podemos nos deparar com variantes diferentes. Assim, no norte da Inglaterra encontramos as variantes conhecidas como Cheshire, Lancastrian, Scouse, Pitmatic, Cumbrian, Mackem, Mancunian e outras. No sul, temos Received Pronunciation, Cockney, Estuary, Kentish, Multicultural London, Sussex etc.
Na Escócia, podemos dividir o inglês falado por lá em Insular Scots, Northern Scots, Central Scots e Southern Scots. Sendo que dentro dessas divisões há ainda as subdivisões. O mesmo vale para o País de Gales e a Irlanda do Norte.
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Quais são as diferenças?
Essas variantes geralmente apresentam diferenças no modo como um som é pronunciado. Claro que há também diferenças em palavras, expressões, gírias etc. Há ainda – em menor número – diferenças na estrutura gramatical. Mas, geralmente as diferenças estão mesmo nos sons (pronúncia e sotaque).
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Uma exemplo aqui é o som do /r/ em “car”. Muitos acham que o som puxado do “r” em “car” é característico do inglês americano. Mas, é bom saber que no Reino Unido há vários locais onde o /r/ em “car”, “heart”, “door”, “there” é pronunciado da mesma forma como no inglês americano.
Outro som tido como exclusivamente americano é o som do /t/ em “gotta”, que vira um “r” como em “agora” no português. Anote aí que é possível encontrar muitos britânicos fazendo a mesma coisa.
No vídeo abaixo, você poderá ouvir a inglesa Siobhan Thompson, do canal Anglophenia, aprensentando 17 sotaques britânicos de forma bem divertida. Assista ao vídeo e deixe um comentário no final deste texto dizendo qual sotaque (variante) você achou mais fácil.
Conclusão
E assim você acaba descobrindo que essa coisa de “inglês britânico” é uma grande confusão e mesmo uma ilusão. Tecnicamente falando, o inglês britânico absoluto e imperioso não existe.
Sua pergunta neste momento talvez seja: Como aprender o inglês britânico?
Eu aconselho você a se envolver com a língua de modo natural. Ouça. Leia. Escreva. Estude. Mantenha o foco no inglês padrão. Pode até ser a Received Pronunciation. Mas, com o passar do tempo, observe as diferenças e fique com aquele com o qual você mais achar bonito e fácil para você.
No mapa que ilustra esse texto (ver acima), você nota que a variante conhecida como BBC Pronunciation é a mais predominante no Reino Unido. Portanto, trata-se da variante que todos entendem. Logo, não tenha medo de aprendê-la! No entanto, esteja preparado para acostumar os ouvidos às demais variantes e assim viver a diversidade maravilhosa do não existente inglês britânico.
Isso é tudo por enquanto! Até a próxima! Ah! Leia as demais dicas recomendadas no texto. Você perceberá que a língua inglesa é muito mais rica em variantes do que você consegue imaginar. 😉
A impressão que tenho é que quando dizemos inglês britânico, é só uma referência ao sotaque bonitinho de lorde (e a algumas grafias diferentes, centre, colour, underground…). É como o português Brasileiro e Europeu, cada um tem suas particularidades, mas não quer dizer que sejam uma coisa só (como o pt-br tem suas variações e sotaques e gírias)
Sim, Rochester! A ideia é essa mesma! Quando falamos “inglês britânico”, estamos apenas simplificando algo para fins didáticos. No entanto, o objetivo deste texto é – entre outros – mostrar às pessoas que o inglês britânico é não é bem aquilo que elas imaginam: um inglês 100% puro, correto, melhor que a variante americana e coisas do tipo. As pessoas – professores e aprendizes – precisam entender que dentro do Reino Unido há, como você disse e o texto deixa claro, inúmeras variantes e que o inglês britânico é, de certa forma, uma lenda instaurada pelo mundo do marketing de ensino. 🙂
Muito legal Denilson… Tinha uma ideia errônea sobre esse assunto, a ideia que a maioria pensa ser o certo que o inglês britânico é o inglês polido, correto, etc. Vi o video e consegui perceber alguns sotaques diferentes, mas confesso que meu nível de inglês ainda está longe de entender tudo aquilo e naquela velocidade. Porém espero um dia chegar nesse nível de entendimento. Sempre acompanho seu trabalho e de outros blogueiros como Carina Fragozo entre outros (as). Parabéns pelo profissionalismo. Thanks for helping me. See you, bye.
You’re welcome, Lucas! Fico feliz que o texto fez você ver como essa ideia de inglês britânico ser mais certo, correto e polido não é tão verdadeira o quanto parece. O melhor de tudo é que você pode continuar estudando essa variante da língua inglesa com dedicação e afinco. Você certamente será capaz de se comunicar com as pessoas de modo natural. Afinal, você na é um nativo; logo, não precisa ficar tão paranóico com essa coisa de perfeição. Enfim, vá com calma e você certamente chegará ao nível que deseja e certamente além dele. 🙂
Olá Denilson! Antes de mais nada, gostaria de dizer que sou uma admiradora do teu trabalho e te acompanho faz bastante tempo, até para saber sobre quais as diferenças entre o inglês britânico e o norte-americano, principalmente quando se trata de phrasal verbs, gírias e expressões idiomáticas. Ocorre que, vez em quando, meus alunos me questionam sobre isso e, “orgulhosa” que sou, não gosto de deixá-los sem resposta. No entanto, pela primeira vez, terei de discordar contigo em alguns pontos do que apresentaste aqui no teu post.
Primeiro, sobre a Received Pronunciation, de fato está caindo em desuso e é tido como um inglês “risível” pelos próprios ingleses. No entanto, mesmo que o termo “inglês da BBC” ainda seja muito utilizado (eu mesma o utilizo vez em quando), o fato é que assistindo a programas de tv da BBC, atualmente, podemos ouvir uma imensa variedade de sotaques. Acontece que, após muita pressão da Escócia, finalmente, há alguns anos atrás, a BBC passou a permitir que apresentadores escoceses utilizassem seu próprio sotaque… desde que não “carregassem demais”, a ponto de comprometer o entendimento do público em geral. E essa permissão acabou estendendo-se à Irlanda do Norte e à Gales, cansados que estão da “hegemonia inglesa”, que vai da questão da língua aos assuntos políticos. E, de fato, quando assistimos, por exemplo, a documentários da BBC produzidos por escoceses nos últimos anos, posso identificar, claramente, o sotaque escocês que, aliás, é bem engraçado. 😀 Quanto ao tal “R” escocês (pronunciado com a ponta da língua, muito parecido com o “R” gaúcho), este recebeu influências da antiga língua falada por eles – o gaélico – antes da dominação inglesa, mas é bem diferente do “R” retroflexo (mais popularmente conhecido como o nosso “R” caipira) do norte-americano.
Sobre o britânico ser mais “bonito” que o americano, acho que primeiro depende do “gosto” pessoal. Posso gostar de maçã e, no entanto, um monte de gente detestar esta fruta, não é mesmo? 😉 Segundo, se sou alguém que mora na Inglaterra, é o inglês britânico que se tornará mais palatável aos meus ouvidos, e o mesmo se aplica aqueles que moram em outros países da língua inglesa.
Sobre a questão da escolha – inglês britânico ou inglês americano – isso depende de alguns fatores que podem, ou não, fazer a diferença. Se a intenção do estudante não for sair do Brasil e tiver finalidades como melhorar as chances de conseguir um bom emprego (ou se manter no cargo!) ou, simplesmente, poder entender um filme sem ter de ficar lendo legendas e dependendo de dublagens horríveis, acredito que tanto faz que se estude o britânico, o americano, o australiano, o neozelandês, etc.
Entretanto, e isso vou falar por experiência própria, caso a intenção de alguém que esteja estudando o idioma seja o de ir morar, mesmo que por curta temporada, num país de língua inglesa, o mais recomendado é que se acostume às variantes do país em questão. Digo isso porque, antes de ir morar na Inglaterra, meus ouvidos estavam acostumados às variantes norte-americanas, pois foi o inglês que havia me dedicado a estudar, devido aos conselhos de que “tanto-fazia-um-como-o-outro”. Resultado: apenas ouvia cds com diálogos em inglêsamericano e quando cheguei em Londres não entendia quase nada do que falavam. Achei que o problema era meu inglês estar mais fraco do que imaginava. No entanto, por acaso “esbarro” com um norte-americano, amigo do meu irmão, e, bingo!, consegui entender quase tudo o que dizia. Concluí daí que tudo era uma questão de tempo e de me acostumar com o “som” das palavras. Foi nesse momento que entendi a
diferença que pode fazer estudar um ou outro. Hoje, minha dificuldade está em entender as variantes norte-americanas, por incrível que pareça. Com amigos norte-americanos, tenho de pedir para que falem mais devagar ou não consigo entender o tudo o que dizem, sem mencionar os termos diferentes que utilizam.
Sobre o inglês britânico “não existir”, bem, ele existe sim, não é um “mito”, nem ilusão. É como no Brasil, onde temos um milhão e meio de diferentes sotaques. Entretanto, independente da variante, consigo reconhecer perfeitamente o “português brasileiro”, seja este falado por um gaúcho, um paulista, um carioca, um baiano, etc, tanto que jamais vou confundi-lo com o “português de Portugal” (que, por sua vez, também tem mais um milhão e meio de diferentes sotaques), não é mesmo? Ou acaso alguém aqui confundiria um português com um brasileiro? hehe
Portanto, seja um inglês, um escocês, um irlandês ou um galês, mesmo com diferentes sotaques, todos possuem um mesmo “background”, e eles se reconhecem entre si, assim como nos reconhecemos a nós como falantes do português brasileiro, independente da variante. Um inglês jamais confundirá um irlandês ou um escocês com um norte-americano ou um australiano e vice-versa, assim como um catarinense jamais confundirá um gaúcho ou um baiano com um português ou um angolano.
Entretanto, não é difícil que um “não-nativo” da língua inglesa confunda um irlandês com um norte-americano. A primeira vez que conversei com um irlandês (sem saber que era um irlandês), pensei que fosse um norte-americano que havia
“adotado” o sotaque britânico. Apenas fiquei sabendo que era um irlandês quando, por curiosidade, perguntei de onde ele era. É que o sotaque era muito, mas muito estranho mesmo, já que parecia unir o britânico e o americano. Porém, foi nesse momento que percebi de onde veio o sotaque norte-americano. Afinal, na época da colonização da América do Norte, foram os irlandeses, fugidos da perseguição religiosa, que emigraram para as Treze Colônias em massa. A diferença é que os norte-americanos “anasalaram” sobremaneira a pronúncia, enquanto que os britânicos, de qualquer um dos países que compõem o Reino Unido, falam mais pela “garganta”.
Quanto à questão das gírias, inicialmente achei que fosse apenas impressão. Porém, essa impressão, com o tempo, se confirmou: os britânicos usam bem menos gírias, no dia-a-dia, do que norte-americanos, da mesma forma que os brasileiros falam muito mais gírias do que os portugueses. Creio que essa capacidade de criar e de brincar com as palavras, são bem mais comuns no “novo mundo”, ou seja, nas Américas.
E, finalmente, como deves saber, as diferenças não se restringem à pronúncia; elas se estendem para a ortografia, semântica (significado das palavras) e, até, gramática. Inclusive, para aqueles que quiserem tentar um visto de trabalho e tiverem de apresentar um teste de proficiência na língua inglesa, o governo britânico, a partir de 6 de abril de 2015, apenas aceita como comprovante o IELTS (britânico) e não mais o TOEFL (norte-americano).
Bem, acho que isso é tudo e espero que não fiques chateado. Mas como o britânico é a minha “praia” não poderia deixar de comentar, né? rsrs
Abraços! 🙂
Miriam Waltrick
Olá, Miriam! Obrigado por seu texto aqui! Diante dos pontos que colocastes – e com os quais posso concordar – quero apenas acrescentar algumas coisas.
»» INGLÊS BRITÂNICO EXISTE OU NÃO?
O texto acima não foi escrito levando em conta minha própria opinião. Quando eu escrevo que o inglês britânico é um mito – ou mesmo que não existe da forma como os leigos gostariam – estou me baseando em pesquisas linguísticas feitas nos últimos anos. Portanto, não se trata de achismo da minha cabeça.
O linguista mais respeitado hoje dentro do Reino Unido e adorado por todos profissionais sérios da área chama-se David Crystal. Curiosamente, esse linguista de renome que presta serviços à BBC, ao British Council e a inúmeros órgão da coroa britânica é um dos caras que diz justamente o que está no texto acima: inglês britânico não existe como algo único. Outros linguistas e profissionais da área de ensino de língua inglesa também concordam com tal afirmação.
No entanto, todos – inclusive eu – são categóricos ao afirmar que é preciso encontrarmos um padrão britânico para que seja ensinado aos 4 cantos do mundo. Afinal, há inúmeras pessoas que adoram o “inglês britânico”. Logo, para fins de ensino, é necessário termos um padrão e esse padrão está na variante mais formal de todas: Received Pronunciation (lembrando que este nome não é aceito como o nome para uma variante padrão do inglês britânico no conceito de inúmeros linguistas).
Para encurtar o assunto, o que temos de deixar bem claro aos estudantes e professores de inglês mais ingênuos é que há um único inglês britânico e essa unidade procurada debaixo do termo “inglês britânico” não existe. Logo, o inglês britânico não existe de forma singular e ímpar como muitos querem.
Podemos dizer que há vários ingleses britânicos, mas encontrar um que seja único e que represente todo o Reino Unido é algo realmente impossível na opinião da grande maioria dos sociolinguistas e profissionais da área.
»» O “BBC ENGLISH”, ou melhor, BBC PRONUNCIATION
Há uma linha de linguistas que analisam o inglês usados pelos apresentadores e radialistas da emissora e, de acordo com eles, há ainda um padrão próximo ao RP. Claro que há as intervenções de outras variantes – como a variante padrão do inglês escocês –, mas no geral tudo ainda anda muito próximo a um RP; porém, um RP mais light e menos posh do que no passado.
A BBC como entidade política – é uma estatal – deve ser mesmo mais aberta aos demais países membros do Reino Unido. Ou seja, por ser uma empresa do governo, a BBC tem de deixar as coisas mais livres em cada país membro do Reino Unido para evitar problemas políticos que possam contribuir para a ruptura do sistema político que é mantido por lá há séculos. Nesse caso a questão de permitir as variantes de outros países não é uma questão linguística, mas sim política. Não podemos confundir as duas coisas.
Saiba ainda que esse termo BBC Pronunciation é visto com certo nojo por vários linguistas. Afinal, a BBC apenas usa um tipo de inglês que seja mais compreensível não para os Ingleses, Escoceses, Norte-Irlandeses e Galeses, mas sim para todos os demais países membro da Commonwealth e, claro, demais países do mundo que usam o inglês em como segunda língua ou língua para fins comerciais.
»» A QUESTÃO DE GOSTO
Concordo com o fato de cada um optar por aquilo que mais gosta. Eu fiz isso no passado!
Ao me prepara para o CPE (Certificate of Proficiency in English) dediquei-me com afinco ao inglês britânico. Minha pronúncia era a mais britânica possível e como eu assistia a inúmeros programa de TV do norte da Inglaterra, o examinador após a prova oral me perguntou em qual região do norte da Inglaterra eu havia morado e por quanto tempo.
Naquela época, mesmo estando no Brasil, eu vivia o inglês daquela região e dedicava-me a ele. Meu objetivo era passar no CPE com uma excelente nota. Logo, era mais do que necessário superar as expectativas.
Depois, fui trabalhar em uma escola que vendia o inglês americano enlatado. Com o tempo, encontrei-me às voltas com o inglês americano. Minha opção de sotaque foi pelo inglês californiano. Mais uma vez dediquei-me para atingir um bom nível de comunicação com esse inglês.
Hoje confesso que gosto tanto da variante britânica quanto da variante americana. Tenho ainda uma queda pelo inglês irlandês, mas não tenho mais o tempo para me dedicar a ele como tive ao outros dois.
Tudo é uma questão de gosto! Não privilegio inglês A, B ou C. Para mim, todos são lindos, com uma história peculiar, com caraterísticas fantásticas e ricos em todos os sentidos. Deixo sempre claro aos meus leitores que eles devem optar por aquele com o qual mais se simpatizarem. Deixo ainda claro que essa bobagem de um inglês ser melhor que o outro não existe. Na verdade, cabe a cada um dedicar-se àquela variante com a qual mais se sentir atraído.
Deixo sempre bem claro também que ela deve pensar em seus objetivos em termos de aprendizado da língua inglesa. Ou seja, ela quer aprender para quê? Se o objetivo é fazer faculdade na Inglaterra, então para que estudar o inglês americano? Caso o objetivo seja trabalhar nos EUA, então para que se dedicar ao inglês britânico? Ou seja, a pessoa deve ser coerente em relação aos seus objetivos e o objeto a ser aprendido.
»» CONCLUSÃO
Meu texto, Miriam, não foi para atacar o inglês britânico e quem dele gosta. O texto teve apenas o objetivo educacional linguístico. Tema deixado de fora por muitos outros blogs e sites dedicados à língua inglesa.
Aqui no Inglês na Ponta da Língua procuro sempre tratar dos mais variados tipos de inglês. Tanto é que temos aqui textos sobre inglês sul-africano, inglês australianos, inglês irlandês e outros. No futuro, quero escrever sobre as outras variantes.
Com isso o objetivo é mostrar às pessoas que não existe essa coisa de uma variante melhor que a outra. Também não existe uma variante única dentro de cada país. Portanto, inglês americano, inglês britânico, inglês irlandês etc., são variantes que não existem como uma forma única e verdadeira. Esses são termos que usamos para identificar o inglês usado em uma região; mas, temos de ter sempre em mente que dentro daquela região as variações são inúmeras e a unidade linguísticas que muitos acham que existe são na verdade um mito, uma ilusão, do ponto de vista técnico da Linguística.
Espero ter deixado tudo bem mais claro agora! 🙂
Boa refutação, Denilso! Foi bom lendo um pouco mais sobre a sua história. Tenho respeito pelos seus esforços de aprender um sotaque de inglês e depois o descartar e aprender um outro. Você poderia ter profissão como ator! Gosto muito de uma série televisiva americana chamada “Sons of Anarchy” e só me apercebi recentemente que o ator principal é um inglês. Vendo os episódios, ninguém iria saber, tão bom é o sotaque dele.
Olá Denilson!
sim, agora que mencionaste o nome do linguista David Crystal entendi exatamente o que quiseste dizer. No final, estavamos falando sobre uma mesma coisa, mas em “línguas” diferentes. hehe
De fato David Crystal fala sobre estas variantes no que respeita ao inglês britânico e que não existe uma que possa ser considerada a “correta”. Afinal, até devido a uma questão histórico-cultural, em cada uma das colônias em que ele penetrou e se tornou língua oficial, centenas de anos atrás, tomou outros rumos. Por isso que se pode falar de inglês americano, australiano, neozelandês, sul-africano e daí por diante. Inclusive, lembro-me de ele ter falado, em um dos vídeos que assisti, a título de exemplificação, de uma visita que fez à Africa do Sul, sobre as dificuldades que teve em entender muitas palavras. As conversas chegavam, às vezes, a ficar totalmente “non sense”, devido a isso.
Sobre os países da commonwealth, tu estás correto, o inglês falado por eles não é denominado “inglês britânico”, posto que cada um deles têm suas próprias especificidades em termos de pronúncia, vocabulário, gramática e daí por diante. Ocorre que nas ex-colônias, devido a distância da metrópole, e com a nova realidade com que os colonos se depararam, desenvolveu-se de forma diferente em muitos aspectos. Porém, isso não se aplica à Escócia, Irlanda(s) e Gales devido à proximidade que se mantiveram com a Inglaterra depois de terem sido anexados. E isso garantiu uma uniformidade no idioma em termos de gramática e semântica, mesmo que a pronúncia sofra variações, e por isso a denominação “inglês britânico”. É fato que alguns vocábulos que são adotados por um país, são desconhecidos no outro, por terem suas origens na língua originalmente falada nestes países. Essa diferença eu comparo com o que
podemos ver no nosso próprio país, em que nomes de alimentos, por exemplo, mudam de uma região para outra, devido as diversas influências que recebemos, em maior ou menor grau, dependendo da região, de europeus, índios, africanos etc. Entretanto, temos uniformidade gramatical e semântica.
Na verdade, o que achei estranho foi quando te referiste ao inglês britânico como “mito”. Porém, com as tuas explicações aqui nos comentários, entendi o que quiseste dizer quando mencionaste esta palavra. Te referias especificamente à questão das milhares de variantes/sotaques existente dentro do Reino Unido, certo? E, neste aspecto, realmente achar que ingleses, escoceses, irlandeses ou galeses falam com o mesmo sotaque dos personagens aristocráticos do seriado Downtow Abbey, de fato, é um grande, imenso “mito”. No entanto, nesse seriado, se prestarem atenção no sotaque dos “empregados” da casa, poderão perceber uma variação imensa de sotaques (com exceção do mordomo Carson, que também fala com um sotaque RP na veia! 😀 ), o que seria bom para quem quer perceber essas diferenças.
Agora a briga por lá é decidir qual padrão adotar para o ensino da língua inglesa, visto que a RP está para lá de ultrapassada. Até mesmo a rainha, bem como toda a realeza, foi instruída a “moderar” no RP, já que a popularidade deles, principalmente com a crise econômica que assola o Reino Unido, não anda lá muito bem. Até agora, em se tratando de Inglaterra, o mais cotado, é o “estuary english” que, grosso modo, é uma mistura do cockney com o RP.
Sobre a questão da BBC, ocorre que ela governamental, porém, a matriz é “inglesa”. Ou seja, é a Inglaterra que dá as regras e esse o motivo dos jornalistas escoceses (e a eles se juntaram irlandeses e galeses) terem se revoltado a partir da década de 1980 contra a obrigatoriedade do RP (que é, unica e exclusivamente, inglês). Devido a essa pressão, atualmente até rádio da BBC transmitida totalmente em “cymru” (a língua original de Gales e ainda oficialmente falada) podemos ouvir.
E, sim, a questão da língua é algo totalmente político. Inclusive a Escócia, com essa nova onda nacionalista, principalmente depois de o SNP (partido separatista escocês) ter assumido o poder (abocanharam a maioria dos assentos no parlamento), não vai demorar muito até que comecem a pressionar para que o “inglês escocês” passe a ser ensinado em suas escolas de inglês para estrangeiros. E, olha, estou torcendo por eles, podes ter certeza! Já foram bastante massacrados pelos ingleses, ao longo da história e, como disse o líder do SNP, Alex Salmond, logo após terem vencido as eleições, desbancando os trabalhistas na Escócia, “o leão escocês rugiu hoje de manhã em todo o país”. Discurso de arrepiar! 😀
Bom, acho que é isso.
Valeu querido e até a próxima! 😀
Miriam Waltrick
Thanks, Miriam! Agora nos entendemos! Ufa! Estava com medo de ter passado a ideia de que prefiro uma variante à outra e, portanto, trato a outra como algo sem futuro. Enfim, agora estamos no mesmo rumo e no mesmo pensamento! rsrsrsrs… Seja sempre bem vinda com seus comentário aqui! Isso certamente enriquece o conteúdo dos textos e nos dá oportunidades para continuarmos aprendendo! Abraços e até a próxima! 🙂
Denilson, sabe aquele ditado que diz: “é conversando que a gente se entende”? hahahah E, puxa!, obrigado pelo “welcome”! No final das contas, com essa troca de mensagens, e até devido à tua experiência com o inglês (com certeza, estás a anos-luz à minha frente), pude perceber quais são as principais dúvidas que as pessoas têm em relação ao British English.
Aliás, eu decidi também comentar por conta de algo que aconteceu há uns meses atrás, e que foi difícil de “engolir”. Ocorre que dou aulas particulares de inglês. Um dos meus alunos, que iria ter prova, estava com dúvidas relacionadas aos “artigos”. Expliquei à ele tudo de acordo com a gramática britânica, claro!
Acontece que algumas regras mudam em relação ao norte-americano. Por exemplo, o artigo definido THE, não é usado em frente à palavra HOSPITAL no britânico (ex: If you have a serious illness, you will get the best care in hospital), enquanto que no americano, o uso é obrigatório. Como fiquei sabendo? A mãe do aluno veio reclamar comigo dizendo que eu havia ensinado algumas coisas erradas ao filho dela. Achei estranho e pedi para que ela me mostrasse a prova do menino e me apontasse esses erros. Bem, os “erros” que ela me apontou, não eram erros; eram apenas a aplicação da gramática britânica. Fiz umas pesquisas e logo descobri o que diferia da americana (algumas pesquisas, inclusive, fiz aqui no teu blog rsrs). Expliquei a mãe do menino o que mudava, fiz as anotações na prova, e pedi para que falasse com a professora do filho para que reconsiderasse as questões, já que a culpa não era dele.
Resultado: a professora admitiu, levando em consideração as regras da gramática britânica, que estava tudo correto, porém, disse que não iria reconsiderar, pois a gramática que ela ensinava era a “americana”. Pode?
Até onde eu me lembro, nunca é deixado claro em sala de aula, em nenhum colégio, a gramática de qual país da língua inglesa será ensinada. Pelo menos, em meus tempos de escola, nenhum professor de inglês jamais chegou em sala de aula dizendo algo como: “olha, vamos estudar, em nossas aulas, o inglês americano e qualquer outro, portanto, será desconsiderado”.
De qualquer forma, foi uma ótima lição. Daí para frente, quando algum aluno do segundo grau me procura para ter aulas, deixo bem claro a gramática que ensino – a britânica -, e explico que, dependendo do professor, pode ser que, em prova, ele vá considerar algumas regras como “erradas”, posto que o inglês ensinado, acho que em 100% das escolas no Brasil, é o americano.
Depois disso, nunca mais tive problemas. Talvez os outros professores estejam sendo menos “intransigentes” do que foi aquela. hahahah
Bem, fico por aqui e até a próxima!
Abraços! 🙂
É interessante lé-la a referir-se às diferenças entre as regras gramaticais americanas e británicas. Como um austráliano que vé programas e filmes em ambos as variantes de inglês regularmente, acho difícil apanhar muitas diferenças entre elas em termos de gramática. Nunca antes notei da diferença entre o uso ou não de “the” antes de “hospital”, mas consigo imaginar americanos a falarem assim. Outra sobre que estou consciente é que os americanos gostam de dizer “Write your local member of parliament to express your objection” mas as outras variantes de inglês (não sei sobre a canadiana) exigem que se diga “Write to your local member…”. Estou certo que há outras, mas na minha observação, as diferenças são principalmente em termos de sotaque, expressões diferentes e algumas palavras diferentes pela mesma coisa nalguns casos, tais como “trash” e “rubbish”, “truck” e “lorry”, “sidewalk” e “footpath”, “gas” e “petrol” etc.
Olá Miriam,
Gostei muito de ler a sua resposta. Concordo plenamente e posso identificar muito com
a sua situação. Sou australiano que tem aprendido português europeu há dois
anos e meio depois de ter estutado o português do brasil há quase um ano. Hoje
em dia, tenho mais dificuldade em entender brasileiros em comparação aos
portugueses mas percebo que isto ocorre porque me tenho concentrado numa
variante em favor da outra e isto faz-me sentido. Mas acho que outro fator
importante é a medida a que alguém esteja exposta a um sotaque ou outro. Como
australiano, vejo programas televisivos e filmes da Inglaterra e dos EUA de
forma regular. Por isso, consigo compreender a maioria dos sotaques destes
países. Porém tenho menos exposição aos sotaques irlandês e escocês e, por
isso, tenho mais dificuldades em compreende-los. Só no outro dia, estava a ver
um programa em televisão aqui na Austrália onde a apresentadora falava num
sotaque escocês mas foi óbvio que ela tinha um sotaque muito apurado e educado.
Sei que eu iria ter muito dificuldade em entender o que diz alguém num pub em
Glasgow ou Belfast. No entanto, tenho confiança de que eu iria ter poucas
dificuldades depois de ter ficado naquelas cidades por algum tempo, talvez
apenas uns dias.
Concordo também com as suas recomendações em relação a qual variante de uma língua por
um estudante decidir aprender. Para mim, não se importa se alguém decide
estudar inglês britânico ou americano porque a base de ambas as variantes é a
mesma. Tem-se de escolher uma e, na minha opinião, o sotaque ou a preferência
do professsor que se utiliza deveria ser o fator que infuencia a escolha. Uma
vez que se tenha aprendido um estilo, será apenas um assunto de tempo para se
adequar ao outro caso seja necessário. Se se tem um bom professor, um bom sistema
de aprendizagem, um apetite de aprender a gramática e estruturar bem as frases,
acredito que vá ser mais facil fazer uma mudança ao estilo da língua que se
queira quando chegar o tempo.
Ralph.
Olá Ralph!
Veja bem: a família de minha mãe é toda portuguesa (norte de Portugal). E é impressionante a dificuldade que tenho de entender alguns destes meus parentes, a ponto de ter de pedir para que falem mais devagar ou não consigo entender nada! Enquanto que outros, geralmente os primos mais “novos”, o português me soa bem claro. Curiosa, perguntei a eles como conseguem falar quase como um brasileiro fala. Responderam que, provavelmente, foi devido a influência das novelas brasileiras a que costumeiramente assistem! Já rimos muito por causa disso! 😀
Por isso, entendo a dificuldade que terias de entender o inglês escocês e irlandês (se bem que acho o irlandês mais “fácil”), pois é exatamente a dificuldade que tenho em entender portugueses, dependendo do sotaque deles.
Bem, nunca cheguei a conversar com australianos e não sei como soaria esse sotaque para mim, se fácil ou difícil. Porém, tenho um amigo neozelandês e achei impressionante o sotaque “britânico-inglês” dele. Juro que se não tivesse dito que era neozelandês, eu o teria confundido facilmente com um inglês. Sinceramente, não consegui perceber qualquer diferença.
Porém, uma coisa que disseste é fato: basta uma exposição mais prolongada a um determinado “sotaque”, se já tivermos uma boa fluência na língua, e logo estaremos entendendo tudo o que dizem.
Sobre o ensino da língua inglesa, concordo contigo: isso deve ser uma escolha do professor. Afinal, como poderei ensinar o inglês norte-americano, por exemplo, se a minha exposição foi ao britânico?
O problema aqui no Brasil, na verdade, não é “qual” inglês ensinar. O problema é que visitei milhares de blogs que deixam a entender que tanto-faz-como-tanto-fez aprender um inglês ou outro, mas no sentido de que são absolutamente “uniformes”, e acabam por ensinar um monte de coisas erradas. Isso equivaleria a encontrarmos blogs que dizem ensinar o português de Portugal e o do Brasil, como se fossem, ambos, exatamente a mesma coisa. E não são, tanto em termos gramaticais, semântico e de pronúncia, como bem sabes, posto que muita coisa muda.
O que admiro no Denilson é que ele é um dos RAROS professores que possui uniformidade e total coerência no inglês que ensina. Ou seja, ele adotou o norte-americano (mesmo tendo aprendido, anteriormente, o britânico) e é absolutamente fiel a isso. Por isso, aos alunos que têm interesse em aprender o inglês norte-americano também, o blog dele, e um outro chamado CIG, são os dois únicos que indico.
E sobre o teu “português”, estou impressionada com a tua escrita, e acredito que também deves falar bem. Digo isso porque fui casada com um inglês que, inclusive, era professor de inglês. Nos conhecemos na Inglaterra, mas ele chegou a viver no Brasil por cinco anos antes de me conhecer. Achei impressionante o fato de jamais ter conseguido conversar com ele em português, apenas em inglês. Ou seja, não conseguiu aprender quase nada, mesmo após todo aquele tempo vivendo no Brasil. Levando-se em consideração que a nossa língua é considerada uma das mais difíceis do mundo de se aprender, quero te dar os parabéns! Afinal, só com uma grande dedicação se chega a esse ponto! 😀
Abraços e obrigada pelo comentário!
Miriam Waltrick
Outra coisa que quero acrescentar em relação a isto é que num país, tem-se de escolher um sotaque ou variante de língua como “o padrão”, simplesmente por causa de consistência. Isto então projeta esse padrão ao mundo como a versão aceite publicamente dessa língua. Se alguém vier para a Austrália, por exemplo, achará que todos os apresentadores televisivas em volta da nação têm mais ou menos o mesmo sotaque, mesmo que se depare com outros estilos e uso de gíria etc na
rua. Na minha opinião, isto abordaria algo como o RP do inglês britânico. Acredito que o mesmo aconteça na Nova Zelândia. Porém, há muito menos diferenças em sotaque na Austrália, principalmente em comparação ao Reino Unido ou os EUA, onde existem muitos estilos diferentes de inglês em ambos aqueles países.
Eu gosto de ouvir o BBCês.
Eu também! Não tenho nada contra o BBCês! rsrsrsrsrs
Olá Denilson, parabéns pelo post e também agradeço aos comentários dos demais colegas, pois, entre argumentos daqui e dali tivemos a oportunidade de conhecer um pouco mais e o que é melhor, esclarecer essa coisa de “inglês britânico x inglês americano. Creio que em toda sociedade, assim como no Brasil, partindo de uma pluralidade e é claro, havendo uma norma padrão, culta e de outra mais popular, informal e devido às variedades regionais, ou como queira, variedades linguísticas, outros países não poderiam deixar de vivenciarem essas variedades também e é claro sempre há uma variante que tem uma predominância em relação às demais.
Foi de grande valia os comentários de todos porque assim pudemos tirar nossas conclusões, entender melhor as distinções e porque são denominadas dessa forma. Creio que com a globalização, modernização tecnológica e opção de interação em tempo real com outros povos, isto possibilita-nos oportunidades de ceder um pouco mais ao informal e deixar o formal para ambientes onde este deva realmente exercer sua função. A internet nos propicia um interação plural, miscigenada, conhecendo vários sotaques e isso nos mostra que, independente de ser uma língua mais requisitada que a outra, vale aqui acatar o que foi posto em discussão. Cabe a cada um, dentro do que vai estudar, seus objetivos ou até mesmo, apenas por uma questão de afinidade, escolher o inglês que melhor lhe aprouver, certo.?
Well, thank you all for your comments and it’s really good when we can learn about different opinions and receive good tips and feedback that improve our knowledge.
Bye all!
Thanks for the words, JuDuarte4ever! 🙂 Diante do que você disse, não tenho nada mais a declarar! Você entendeu perfeitamente bem a ideia do texto bem como os pontos colocados pelos colegas! Esse tipo de discussão é super válida e temos de estar atentos para evitar mal-entendidos e equívocos. 😀
Abraços!